Ana Paula Cuocolo Macchia_psicologia e neuropsicologia

 

Decifrando a relação das crianças e avós

Por que razão algumas crianças gostam mais de ficar com os avós do que com seus pais?

 

A relação afetiva entre avós e netos é muito significativa e esta é a principal razão das crianças gostarem da convivência. Os avós revivem através dos netos a lembrança de seus próprios filhos, mas agora, sem os medos e a insegurança que os pais experimentam. As crianças percebem a afetividade e a segurança em muitas ações e isto as fazem ficar confortáveis. Outra razão é que os pais possuem uma preocupação com prazos, horários, desempenho das crianças frente à escola, frente ao ambiente social, frequentemente cobram das crianças suas responsabilidades e, os avós, mesmo que também o façam, acabam tendo mais leveza e menos ansiedade por sua maturidade.

 

A relação dos avós com os netos normalmente é do tipo que “pode tudo”. É correto ou deve haver um limite? Qual limite seria esse? Por quê?

 

Alguns avós perdem a referência entre o amor e a permissividade. Mostram dificuldade em falar não e impor limites de comportamento. É muito importante que avós transmitam afeto sem deixar que a criança perca a referência de autoridade na família, bem como não perca a referência dos papéis dos familiares na família. Invariavelmente, quando uma criança perde a referência de autoridade dos avós, irá esvaziar o papel de autoridade dos pais.

 

Qual é o maior benefício da relação com avós para o futuro das crianças?

 

O benefício é a afetividade com que são tratados e a possibilidade de receber as informações culturais passadas através dos avós. É através deste convívio que se transmitem as estórias e tradições da família e da cultura. Isto é fundamental na organização e papel da família na sociedade.

 

E existe algo que não seja bom nessa relação entre crianças e avós?

 

Da mesma maneira com que as tradições são transmitidas, conflitos e angústias podem ser transmitidos às crianças. Nem sempre os ambientes familiares estão saudáveis, no que se refere às relações interpessoais e familiares. Neste caso estamos falando de relações ou de uma família disfuncional.

 

É possível afirmar que como os avós já foram pais, sabem mais que os pais?

 

Não, os avós não sabem mais que os pais, mas muitas vezes possuem maior maturidade para a resolução de algum tipo de problema, ou mais serenidade para encará-lo.

 

Qual é a diferença do papel dos pais e dos avós na vida da criança?

 

Aos pais cabe o papel de amar e conduzir a criança frente às suas escolhas do mundo, protegendo-a da vulnerabilidade, mas ao mesmo tempo dando espaço para caminhar e sustentar-se sozinha. Aos avós cabe o suporte afetivo e apoio aos pais, validando continuamente o papel dos pais para a criança.

 

Como tratar a morte dos avós para as crianças?

 

Sempre dizer a verdade. A criança não precisa participar dos ritos realizados num velório ou cemitério, mas precisa receber a informação verdadeira. Provavelmente esta perda a levará a pensar sobre a morte, sobre a possibilidade de perder outras pessoas que ama, perder os pais, ou sobre sua própria morte, e isto pode trazer angústia à criança. Falar a verdade é uma maneira de abrir o diálogo em casa e possibilitar à criança o espaço de verbalizar suas emoções.

 

Por que as lembranças dos avós são tão significativas para nós?

 

Porque envolvem muita afetividade.  O amor dos avós abre as portas da criança para a família, mostrando a elas que são queridas, amadas, acolhidas.

 

 

Ana Paula Cuocolo Macchia

CRP 06/31957-6

Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.

Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC.

Formação em Terapia do Esquema pela WAINER

Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Universidade Metodista de São Paulo.

Especialista em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.

 

               

 

FALE COMIGO

Tire suas dúvidas, agende uma consulta, faça uma avaliação.