Ana Paula Cuocolo Macchia_psicologia e neuropsicologia

 

Medos na infância

Uma das ocorrências mais comuns na infância no que diz respeito aos aspectos emocionais é a manifestação do medo.

 

Crianças queixam-se de medo do escuro, de medo de adormecerem sozinhas no quarto, medo de andarem sozinhas pela casa, medo de monstros, bruxas e fantasmas, medo do vaso sanitário... São tantos os medos, que é difícil enumerar.

 

A explicação está em parte no pensamento infantil.

 

Há no pensamento infantil uma característica chamada “animismo”, que é uma tendência de dar vida a objetos. Por isto crianças são capazes, de maneira tão encantadora, de conversar com bonecos e fantoches. Mas esta mesma característica pode fazê-las entrar em pânico de maneira inexplicável diante de um homem fantasiado de pato, ou diante de um palhaço no portão de um parque de diversões ou em uma festinha de aniversário.

 

Outra causa é o ambiente. Expor crianças a cenas fortes da TV, filmes de violência e terror aumentam as chances do medo se manifestar. As crianças tendem a buscar explicação para o que vivenciaram associando às situações do seu dia a dia, assim, se assistem a um acidente de automóvel na TV, imaginam, ou melhor, fantasiam esta situação acontecendo com elas ou com os pais.

 

Estas manifestações de medo costumam ser curtas, mas em algumas crianças podem se agravar para uma manifestação de intensa ansiedade, que pode culminar em crises de pânico.

 

Na verdade, as queixas de medo em crianças podem ser indicadores de outros problemas, como um alto nível de ansiedade, por exemplo. Isto porque as crianças não sabem explicar a subjetividade de sentimentos como angústia, tristeza elevada e ansiedade. Normalmente as crianças referem estes sentimentos e sensações de desconforto emocional como medo.

 

O recomendado é que os pais prestem atenção a estas manifestações emocionais das crianças, procurando observar a intensidade da manifestação de medo e a duração desta manifestação. Se a crise for muito intensa ou se as queixas da criança duram muitos dias é importante procurar auxílio psicológico. Os pais nunca devem desqualificar estas queixas dizendo: “isso é besteira”. Para a criança não é besteira, é real e pode envolver um sofrimento psíquico que nós adultos não conseguimos quantificar.

 

Aquilo que a criança refere como medo pode ser um quadro mais sério de fobia, ou quadro de ansiedade ou ainda, pode ser um dos sintomas de outros transtornos psiquiátricos da infância, quando se manifestam de maneira intensa, com choros inconsoláveis. Nestes casos é preciso que a criança seja avaliada e acompanhada por profissional da saúde mental.

 

 

Ana Paula Cuocolo Macchia

CRP 06/31957-6

Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.

Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC.

Formação em Terapia do Esquema pela WAINER

Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Universidade Metodista de São Paulo.

Especialista em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.

 

               

 

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