Ainda no útero, o bebê pode dar cambalhotas, espernear e sugar o polegar. Quando recém-nascido, pode virar a cabeça, espernear, agitar braços e exibir uma série de movimentos reflexos. Porém, estes movimentos pré-natais e pós-natais representam um tipo de atividade muito generalizada, são atividades motoras iniciais e estão sob controle subcortical, que, por volta do quarto mês de vida, cedem lugar a movimentos voluntários dirigidos, controlados pelo córtex. O cerebelo regula o equilíbrio e a postura. Entre os 6 e 8 meses ele amadurece mais rapidamente do que antes e com esta maturidade vemos a melhoria do comportamento motor.
O desenvolvimento motor é um processo de aprendizagem diretamente vinculado ao amadurecimento do sistema nervoso e caracterizado pela aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, como engatinhar, sorrir, piscar os olhos, andar, reconhecer cores e sons, entre outras.
Existe um padrão comportamental que distingue o desenvolvimento normal, ou seja, uma resposta do sistema que coordena os movimentos a um estímulo ou a uma situação específica, como por exemplo, a necessidade de alcançar um brinquedo ou alimento. Através deste tipo de respostas é possível avaliar se a criança está se desenvolvendo dentro dos padrões esperados para cada idade.
A avaliação do desenvolvimento motor tem um importante papel na proteção e na assistência preventiva de crianças normais, sendo um protocolo regular a inclusão desta avaliação nos exames periódicos realizados pelos pediatras.
Grande parte do desenvolvimento motor inicial surge principalmente por causa da maturação, mas também há um elemento de interação com o ambiente, portanto um ambiente com estímulos adequados à cada fase será primordial para estas conquistas de habilidades.
Depois que o sistema nervoso central, os músculos e o ossos amadurecem suficientemente, ao ser colocado nas posições apropriadas e com liberdade para mover-se, o bebê erguerá a cabeça. Ele não foi ensinado a fazer isto, o movimento ocorrerá de forma natural e quanto mais ele praticar, mais aprimorará esta habilidade.
Assim, a cada nova habilidade conquistada, o bebê irá praticar de forma insistente o movimento, até que possa fazê-lo perfeitamente, preparando-o para a próxima etapa. Um bebê não pode desempenhar uma atividade sem ter dominado os movimentos do estágio anterior. Este desenvolvimento se dá de forma hierárquica e em sequência que se mantém para todos os bebês, tanto os prematuros quanto os pós-maduros.
Em função desta hierarquia de movimentos e aquisições, além da sequência de reflexos que devem ser abandonados para a aquisição do movimento intencional, o uso do andador não é recomendado. O andador não permite que a criança cumpra naturalmente as diversas etapas do aprendizado, que são rolar, permanecer sentada, rastejar e engatinhar, para depois levantar-se com apoio e, posteriormente, começar a andar.
O andador prejudica o progresso físico e o mental do bebê, pois atrapalha a aproximação dos objetos que estão ao redor dele. Tocar os objetos é importante para o bebê para poder sentir a forma, a textura, a cor e desenvolver funções cerebrais. Outro prejuízo do andador é não permitir que a criança visualize suas pernas em movimento, sendo que esta visualização permite que a criança descubra e se organize mais rapidamente no processo de caminhar.
Ana Paula Cuocolo Macchia
CRP 06/31957-6
Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.
Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC.
Formação em Terapia do Esquema pela WAINER
Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Universidade Metodista de São Paulo.
Especialista em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.
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