O TDA/H é um transtorno mental crônico, multifatorial, neurobiológico que se caracteriza por dificuldade de atenção e/ou hiperatividade ou impulsividade.
Transtorno mental: pois interfere na capacidade de exercer as aptidões, manejar os eventos estressantes da vida e produzir. Pode provocar um prejuízo no desempenho global do indivíduo.
Crônico: Sempre têm início na infância, podendo persistir na adolescência e vida adulta.
Multifatorial: o fator genético é determinante, mas outros fatores podem acarretar: problemas na gestação, uso de substâncias na gestação (álcool, cigarro, drogas), intercorrências no parto, eventos de agressão ao cérebro na infância.
Neurobiológico: Acomete o cérebro, em especial, os neurotransmissores.
Sim. A base para o diagnóstico são sintomas de desatenção e/ou hiperatividade ou impulsividade não apropriados ao nível de desenvolvimento da criança.
Os sintomas podem ocorrer em intensidade e combinações variadas, ou seja, uma criança pode ser predominantemente desatenta, enquanto outra pode ser mais hiperativa e impulsiva.
Desatenção:
Hiperatividade
Impulsividade
Sempre tem início na infância. Ninguém começa a ter sintomas de TDA/H somente na adolescência ou vida adulta, isto é, mesmo que o diagnóstico seja feito nesta idade, encontramos na história de vida do indivíduo alguns dos sintomas acima descritos.
De 5 a 8% da população infantil mundial (Arruda, 2006)
Pesquisa no Brasil identificou 5,8% em 1013 adolescentes avaliados (Rohde, 1999), estimativa semelhante ao resto do mundo.
Na infância:
Na adolescência:
No jovem:
No adulto:
A criança com TDA/H é capaz de aprender, mas algumas podem ter dificuldade em sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas têm sobre uma boa atuação.
O transtorno interfere em seu comportamento e postura diante da aula, ocorrendo conflitos ou atitudes não pertinentes ao momento, retirando completamente o foco da atividade.
Interfere no manejo de materiais, tornando-o estabanado. Interfere na percepção do tempo e ritmo da atividade e sala de aula, fazendo-o render de modo diferente e deixando tarefas incompletas porque é lento devido a desatenção ou tão impulsivo que pula exercícios ou não os conclui.
Todos estes fatores interferem não só no momento da alfabetização, mas em todo processo acadêmico.
A criança ou adolescente deve receber diagnóstico apropriado por neurologista ou psiquiatra infantil, que podem solicitar um exame neuropsicológico a fim de avaliar as funções cognitivas prejudicadas.
Deve ser acompanhado por neurologista ou psiquiatra da infância, que poderá ou não prescrever medicamentos.
Deve fazer tratamento psicológico, de preferência na abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental.
Em caso de prejuízo acadêmico deve receber atendimento psicopedagógico.
Quando ocorrerem comorbidades (ansiedade, depressão, Transtorno Opositor Desafiador, Transtorno de Conduta, entre outros) deverá receber a assistência de psiquiatra e psicólogo.
A Avaliação Neuropsicológica é uma avaliação que auxilia o médico neurologista ou psiquiatra a identificar as funções cognitivas alteradas e desta forma aclarar o diagnóstico de um possível transtorno, como o TDA/H.
Esta avaliação consiste em um exame realizado com o paciente, através da aplicação de vários testes, que têm como objetivo mensurar e descrever o perfil de funcionamento cognitivo, investigando possíveis alterações decorrentes de desordens neurológicas.
Através de uma avaliação minuciosa da eficiência intelectual, das funções da atenção, memória, linguagem, visuopercepção, visuoconstrução e funções executivas do cérebro, é possível identificar quais são os pontos fortes e fracos no desempenho e assim orientar um programa de intervenções.
Faz parte deste exame investigar também as interações com as emoções, bem como as habilidades adaptativas, sociais e acadêmicas. Este exame é iniciado através de entrevistas com pais, professores, ou com o próprio paciente (no caso de um adulto) e depois várias sessões são realizadas com ele, cuja finalidade é de aplicar testes padronizados que avaliam as funções acima citadas.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2014
ARRUDA, M. A. Levados da Breca. Ribeirão Preto:2006.
RODHE, L. A. ADHD in a school sample of Brazilian adolescents: a study of prevalence, comorbid conditions and impairments. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, 1999
Ana Paula Cuocolo Macchia
CRP 06/31957-6
Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.
Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC.
Formação em Terapia do Esquema pela WAINER
Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Universidade Metodista de São Paulo.
Especialista em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.
Tire suas dúvidas, agende uma consulta, faça uma avaliação.