Ana Paula Cuocolo Macchia_psicologia e neuropsicologia

 

Será que meu filho precisa de psicólogo?

Muitos pais ficam em dúvida sobre a necessidade de procurar auxílio psicológico para os filhos. Questionam-se principalmente sobre a necessidade deste atendimento à criança e sobre a eficiência deste tratamento.

 

Pensando no primeiro questionamento, é preciso ter em mente que um tratamento só é indicado para uma necessidade concreta. Vamos ao médico, ao dentista, ao fisioterapeuta quando temos uma queixa e essa queixa em geral é um sintoma de algo que temos que tratar.

 

Para o tratamento psicológico é o mesmo, mas o problema é que as queixas ou sintomas têm um caráter subjetivo, isto é, referem-se a comportamentos e emoções em sua grande maioria e, o mais importante, as crianças não sabem nomear ou quantificar as emoções como um adulto faz.

 

Por esta razão os pais devem dar muita atenção ao que recomendam os professores e coordenadores nas escolas, assim como dão atenção às orientações do pediatra ou médico especialista. Estes profissionais podem comparar o comportamento e reações da criança com outras crianças de sua faixa etária e indicar o quanto se desvia do esperado.

 

Mas, mesmo que se observe que a criança manifesta algum comportamento atípico para sua fase do desenvolvimento, como saber se há real necessidade de tratamento? Para responder a isto os pais podem tentar identificar e quantificar a necessidade questionando professores e pediatras ou tentando responder sozinho aos seguintes quesitos:

 

Há presença de algum comportamento atípico para a idade? Em qual intensidade? Há quanto tempo este comportamento se manifesta? Este comportamento atrapalha o desenvolvimento da criança?

 

Há presença de um comportamento que a criança não abandona, como por exemplo, querer dormir junto aos pais; não querer ficar sozinha em um cômodo; chupar chupeta; resistir em usar o banheiro?

 

Houve aparecimento repentino de um comportamento ou a criança apresentou mudança de humor ou atitudes?

 

A criança queixou-se de um sentimento ou sensação, ou alguém a observou incomodada?

 

Há sintomas não esclarecidos em consulta médica, como dores ou modificações de apetite?

 

Houve alguma situação traumática ou a família atravessa período de mudanças como separação, doenças de familiares, morte ou mudança de ambiente (residência ou escola)?

 

Há sinais evidentes de atraso em algum tipo de aquisição da fase (andar; falar; brincar com amigos; frequentar escola; jogar; aprender; praticar esportes)?

 

A criança se machuca mais do que o esperado?

 

Mas além destas questões, os pais devem principalmente levar em consideração o quanto estes sinais ou comportamentos estão afetando a vida da criança, com estas indagações:

 

Quanto isto afeta o desenvolvimento do meu filho? Quanto afeta seu relacionamento em família? Quanto afeta seu aprendizado? Quanto afeta suas relações sociais?

 

Muitas destas perguntas os pais não saberão responder, mas são importantes para nortear uma reflexão do problema que estão vivendo com a criança e podem indicar algumas medidas a serem tomadas junto à família e à escola.

 

A partir destas reflexões, procurar auxílio de um psicólogo torna-se uma tarefa mais tangível e, então, os pais terão uma noção se precisam apenas de orientações ou se é necessário ir em busca de uma avaliação da criança e tratamento.

 

Mas o que dizer sobre a eficiência do tratamento?

 

A eficiência de um tratamento começa na escolha do profissional correto. Para que os pais escolham bem um profissional, devem saber que todo psicólogo deve ter um registro no Conselho Federal de Psicologia. Isto quer dizer que o mesmo só pode fazer uso de técnicas autorizadas por este Conselho, que é o órgão que fiscaliza e orienta a atuação deste profissional.

 

A psicologia é uma ciência do comportamento. Como área do conhecimento tem como objeto de estudo o desenvolvimento e o comportamento humano em várias fases da vida, baseando-se em pesquisas e em pressupostos teóricos. Tanto o diagnóstico quanto inferências sobre o prognóstico devem se basear em estudos publicados.

Os psicólogos que trabalham com crianças conhecem desenvolvimento infantil, mas podem ser especializados em temáticas diversas e basear seu trabalho em diversos pressupostos teóricos que vão determinar o modelo de técnica adotada.

 

Portanto, para a eficiência de um tratamento é fundamental que o psicólogo seja especialista na problemática apresentada pela criança. Por exemplo, se a criança apresenta dificuldade de aprendizagem o melhor profissional para atendê-la é o que tem especialização neste campo, assim como, uma família com problemas de relacionamento entre os membros que afeta o comportamento da criança, necessita de uma abordagem à psicodinâmica da família.

 

O mais indicado sempre é marcar uma consulta com o profissional para relatar as queixas e esclarecer estas abordagens. Posteriormente avaliar a criança e, só depois disto iniciar o tratamento.

 

Por trabalhar com dados pouco mensuráveis como emoções e comportamento, o tratamento psicológico tem suas especificidades, uma delas é o tempo de duração. São necessárias várias consultas para se fechar um diagnóstico e outras para o tratamento e, a família deve preparar-se para isto.

 

Durante o período de avaliação, o psicólogo pode utilizar testes autorizados pelo Conselho Federal de Psicologia. Estes são instrumentos seguros e que possuem validação para a população brasileira. Não oferecem nenhum tipo de dano à criança, pois são desenvolvidos para sua faixa etária. Mas, o bom profissional consegue ir além destes dados protocolares e chegar a conclusões diagnósticas e inferir prognóstico com base em sua experiência clínica, em outros dados subjetivos coletados junto à família e criança.

 

 

Ana Paula Cuocolo Macchia

CRP 06/31957-6

Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo.

Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC.

Formação em Terapia do Esquema pela WAINER

Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Universidade Metodista de São Paulo.

Especialista em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.

 

               

 

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